Saiba o que será tendência no e-commerce brasileiro em 2015

E-commerce

As principais tendências do e-commerce no Brasil em 2015

23 de abril de 2015

Quem tem loja online e sabe aproveitar oportunidades no momento certo está muito mais próximo do sucesso do que do fracasso. Mas isto não basta para atrair mais consumidores e aumentar o faturamento em seu negócio a longo prazo. Para decolar mais rápido e sair na frente dos concorrentes, é necessário identificar problemas, encarar desafios e acompanhar bem de perto as principais tendências do e-commerce e do setor, que cresce a uma velocidade espantosa se comparada às taxas de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) no Brasil.

Em outras palavras, você, que tem um e-commerce, está agindo com sabedoria se administra o calendário de vendas dando atenção especial ao período que antecipa o Natal e a datas quentes como a Black Friday. Mas isto resolve apenas parte do problema em um planejamento estratégico de longo prazo. Afinal de contas, você quer crescer rápido, mas quer continuar crescendo ainda mais pelos próximos 12 ou 24 meses. Investir com inteligência em seu negócio online é a chave para ativar esta visão de futuro e posicionar o crescimento de sua empresa acima da média registrada para todo o setor em 2014.

De acordo com estatísticas do relatório Web Shoppers da consultoria E-bit, empresa referência no mercado, as vendas no comércio eletrônico cresceram 24% no Brasil em 2014. Em 2013, o e-commerce brasileiro vendeu um total de R$ 28,8 bilhões e este montante saltou para R$ 35,8 bilhões no último ano. Em 2015, a previsão é fechar o ano com faturamento acima de R$ 43 bilhões, uma evolução de 20%. Ou seja, o cenário é muito positivo para o e-commerce no Brasil, principalmente quando comparado ao desempenho do PIB, que deve ficar próximo de zero, nas previsões do Banco Central.

A tendência de crescimento, é claro, vale para todos. Então, como se destacar na multidão? De 450 mil e-commerces ativos existentes no país, cerca de 80% têm atuação bastante reduzida e oferecem uma lista com menos de 10 produtos, segundo dados da pesquisa “Perfil do e-commerce no Brasil”, encomendada pelo PayPal à BigData Corp. São números que evidenciam um varejo online florescente, formado especialmente por sites pequenos.

Se a maioria das lojas online ainda é modesta, como se destacar e crescer acima da média? Quais são as estratégias a serem adotadas para se ter sucesso nos negócios? De acordo com o “Perfil do e-commerce no Brasil”, 88% das lojas online no país recebem até 10 mil visitas por mês, 11% recebem entre 10 e 500 mil visitas mensais e menos de 1% supera 500 mil visitas por mês. Diante deste cenário, empreendedores digitais com e-commerce no Brasil não deveriam mais explicar o sucesso de seu próprio negócio baseados no aumento do número de residências com computadores ou na difusão da banda larga no país, simplesmente porque a consolidação do varejo online brasileiro vale para todos. Aos empresários mais ambiciosos, a única pergunta que realmente importa é: o que preciso fazer para entrar no grupo do 1%?

Estudar muito e acompanhar pesquisas sobre o setor faz parte desta missão, porque números indicam tendências quase inevitáveis. Em 2015, por exemplo, espera-se que o número de encomendas online se aproxime de 123 milhões de pedidos, 19% maior que em 2015, segundo a E-bit. Um gargalo relacionado a esta estatística? O transporte.

Logística

Soluções inteligentes para entraves logísticos por meio de parcerias com empresas mais eficientes de transporte são, obviamente, uma maneira de sair na frente. Em São Paulo, um ótimo exemplo é a Loggi, que conecta mensageiros por meio de um aplicativo e permite fazer entregas em menos de duas horas. Já o Mandaê também funciona com um app sofisticado e retira sua encomenda em casa pela mesma taxa dos Correios. São ferramentas com potencial enorme de tornar o seu negócio mais atrativo para o cliente final.

Pagamentos

A finalização das compras também é de extrema importância, já que as pesquisas mostram que cerca de 40% dos sites utilizam algum tipo de intermediador de pagamentos ou de uma carteira virtual. Soluções que oferecem um modelo básico de gestão financeira e agilizam as vendas concentrando tudo em um ambiente. Cabe ao e-commerce, portanto, analisar suas variáveis e identificar o melhor meio para receber pagamentos em seu ramo de atuação.

Se o empresário se preocupa com altos índices de conversão, ou seja, com altos índices de sucesso de vendas entre todas as tentativas de compra em seu site, já existem empresas que atuam focadas neste tipo de resultado. É o caso do Pagar.me.

Usabilidade

Às vezes, é preciso olhar um pouco mais além para identificar uma tendência. Segundo números da pesquisa Web Shoppers, mais de 10,2 milhões de consumidores estrearam nas compras online em 2014. É uma quantidade muito elevada de pessoas comprando pela primeira vez e, para que continuem habituadas ao processo, a novidade deve se traduzir em uma ótima experiência de compra. Daí a importância de investir em interfaces simples e designs inovadores, voltados à experiência do usuário. Um sistema de buscas personalizado e apresentações mais customizadas a cada perfil de cliente, por exemplo, tendem a resultar em mais vendas, já que o visitante percebe que determinado site foi além do básico.

Omnichannel

Outra forma de se manter arejado para o que há de novo no mercado é acompanhar feiras e eventos, que costumam pautar tendências. Uma das mais importantes é a National Retail Federation (ou Federacão Americana de Varejo, em tradução livre), cujo principal encontro, sediado em Nova York, nos Estados Unidos, reúne milhares de visitantes todos os anos.

Entre os assuntos que receberam maior atenção em 2015 está o conceito de omnichannel, que eleva o poder do comércio a um ambiente sem fronteiras, onde não existe somente um canal de compras, mas sim uma experiência complexa em que o cliente conhece o produto na loja, recebe mais informações na TV e compra pela internet ou vice-versa. De modo geral, esta tendência indica que é preciso estar atento a todos os canais simultaneamente para vender mais e melhor. Não basta ter um site com uma versão mobile inteligente e estar presente nas redes sociais. É preciso integrar os canais em uma estratégica unificada e definir abordagens que encantem seu consumidor onde quer que ele esteja.

Mobile

A experiência de compra mobile também recebeu atenção massiva na National Retail Federation, uma vez que o número de smartphones no mundo não para de crescer. Segundo a consultoria eMarketers, o Brasil ocupa o 6˚ lugar na lista de países com mais smartphones: em 2014, eram 38,8 milhões de aparelhos no país. De acordo com informações do PayPal, 20% de seu volume total de vendas já é proveniente de celulares, por exemplo. Outros dados indicam que usuários de iPhone convertem 15% a mais do que de outros dispositivos e já existem varejistas de olho nesta tendência, fazendo versões de site mobile diferenciadas.

Precificação

Já o conceito de precificação dinâmica deixou de ser novidade para se tornar essencial no e-commerce internacional. Apesar de estar consolidada como indispensável no mercado, a precificação dinâmica segue sendo tendência porque a solução oferecida por empresas especializadas no assunto, como a Sieve e a Precifica, são simplesmente obrigatórias a qualquer grande player no Brasil. Como funciona a precificação dinâmica? De um jeito muito simples: algoritmos configurados de acordo com a opção do e-commerce são capazes de analisar o valor de produtos no site de concorrentes e oferecer descontos atrativos no caso de um cliente pesquisar seu produto de interesse em mais de um fornecedor.

Cross Border

Uma outra tendência muito latente no comportamento do consumidor online é a compra cross border, ou seja, feita em um site estrangeiro, que vai importar o produto de outros países. Se esta tendência deve preocupar o e-commerce brasileiro por um lado, por outro ela indica uma excelente oportunidade para criar pontes com fornecedores internacionais. Segundo dados da Ipsos, empresa de pesquisa e inteligência de mercado, 4% dos brasileiros que consomem online já compram de sites estrangeiros. Mas um número bem mais elevado, de 18%, demonstrou interesse em começar a comprar de sites de fora em 2015.

O que todas estas tendências têm em comum? O fato de que o e-commerce não tem crescido apenas em volume e hábito de consumo, mas também em qualificação de estratégias e serviços. Evidências positivas de que o mercado está a cada dia mais sofisticado. Neste ambiente, ganha mais quem melhor souber aproveitar as oportunidades. E é por isso que o e-commerce que está de olho naquele 1% não pode se dar ao luxo de crescer apenas 20% em 2015, porque esta é a previsão de crescimento médio de todo o setor. Para estar acima da média, é preciso suar a camisa um pouquinho mais. Seu negócio está no caminho certo?

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