Voluntários: Pagarmers contam suas experiências
Pagar.me News
5 de dezembro de 2017
Desde 1985, o dia 5 de dezembro foi instituído pela Organização das Nações Unidas como “Dia Internacional do Voluntário”. Para inspirar, três Pagarmers compartilham histórias de seu envolvimento com atividades de voluntariado e os caminhos que os levaram até os projetos:
Ananda Taira
Eu sempre participei de ações sociais, até porque minha família sempre incentivou e ajudou fundações, sempre achei isso muito enriquecedor. Meu primeiro contato foi na escola, no grêmio estudantil, fazendo ações que arrecadavam dinheiro para o Haiti e Vale do Jequitinhonha, pois eram os lugares que meu colégio ajudava. Depois, realizei visitas e entregas de brinquedos/kits para crianças e idosos, mais para o começo do colegial, para casas aqui em SP.
Na faculdade, acabei me envolvendo com a Dorina como voluntária, e trabalhava na Captação de Recursos, participando do “Um bem que dá gosto” e o “Outlet da Dorina”. No primeiro, sondávamos restaurantes e cafés para doar parte ou o valor de um prato para a Fundação e ajudar nos projetos, dentre eles oferecer aparelhos de braile, cursos para inserção de deficientes no mercado de trabalho, etc. Essa ação é todo mês de outubro. A segunda era basicamente para sondar lojas a doar roupas de coleções anteriores para vender a um preço acessível.
Depois ainda, como eu fazia ballet, me envolvi com a Associação Fernanda Bianchini, que dá aula de ballet para cegos. Com certeza a experiência mais incrível que eu tive, pois treinar meninos e meninas sem visão ou com alguma deficiência a dançar é incrível! A audição das crianças é bem mais desenvolvida, então elas iam pelo som para guiarmos as posições, e aprendiam os movimentos por meio do toque.
Outro projeto desenvolvido durante a faculdade foi o Vida Corrida para o Capão Redondo, onde fiz doação da minha arte junto com a empresa Inner Enterprises e a SONY para arrecadar valores para as cestas de fim de ano. Depois, fizemos a entrega de brinquedos para eles, em outra ação. Mais recentemente, o projeto que estou ajudando, por meio da customização de um tênis que será leiloado, é o Por1Sorriso.
Qualquer ação social, sejam essas e outras pontuais que fiz, estiveram presentes na minha vida, e eu acho isso super gratificante! E essencial para minha vida, mesmo que não seja com a “mão na massa”. Ajudar de qualquer forma é importante para criarmos a sociedade que queremos um dia ser.
Flavio Lee
Eu estou no Projeto Função há quase 2 anos – não lembro se vai fazer ou se já fez, mas isso é quase a idade dele também. Fica dentro da favela da Vila Prudente, a primeira/mais antiga de São Paulo – por enquanto, apesar de atuarmos só lá, trabalhamos com parcerias em 2 ou 3 outros lugares, como Brasilândia e Capão Redondo.
Cheguei no projeto por meio de um amigo, que é extremamente engajado com educação no país e faz parte do Mapa da Educação, outra ONG apoiada pela Fundação Lemann, cujo objetivo é melhorar a educação brasileira.
A ideia do Projeto Função vai por aí também, mas nosso foco é alcançar os lugares onde normalmente outros não vão. Começamos na Vila Prudente por conta da rede de conhecidos que havia por lá, com foco em levar conhecimento relevante para mudar a vida profissional dos alunos – nós acreditamos que só dando as ferramentas certas pra galerinha toda ter mais escolhas no futuro é que vamos chegar em algum lugar, então tentamos oferecer aulas que possam ser relevantes de alguma forma para o mercado de trabalho.
Hoje, temos inglês, espanhol, libras, informática, e reforço de matemática e português como as mais relevantes dentro desse contexto. Mas também buscamos levar experiências culturais, dando aula de música, karatê e organizando workshops de diversos temas. Já tivemos aulas específicas de comunicação, abordando como usar redes sociais, como se portar online, boas práticas de redação para e-mail, coisas que podem ter alguma relevância no dia-a-dia de cada aluno.
Também buscamos estimular os desejos de cada um. Se percebemos existir uma demanda grande por algum assunto, corremos atrás e fazemos acontecer. Por exemplo, está pra sair um curso de programação, inclusive com um ex-Pagarmer como professor!
A razão de eu ter abraçado o projeto foi: sou designer e acho minha área uma das coisas mais elitistas e fechadas do mundo. Sempre odiei perceber como os problemas que envolviam meu trabalho se reduziam em preocupações fúteis, do tipo escolher cor, posição de marca e afins, coisas que no final vão envolver muito dinheiro indo para poucas pessoas. E via pouco impacto real na sociedade.
Levando em consideração que meus conhecimentos mais profundos são nessa área, tentei me aproximar pra ajudar com questões de design – porém, são coisas muitas vezes vistas como supérfluas por muitas pessoas. Então, comecei ajudando de forma mais operacional, arrumando as salas, limpando o ambiente, organizando os cursos. Até que resolvemos mudar a marca do Projeto e tornar parte dele um produto, divulgando a cultura de rua e levando empoderamento e orgulho aos moradores.
Estamos trabalhando agora com um conceito de “Sou favela. Sou Função”, visando desmitificar a ideia de vítima, aquele olhar de “coitadinho, ele é da favela”, que muitas vezes as pessoas têm sobre os moradores. Ou o extremo oposto, “ele é da favela, que perigoso!”. Queremos mostrar que quem vem da favela também é capaz!
João Góes
Participo do Students for Liberty Brazil que, essencialmente, é um think-tank de pessoas interessadas em filosofia e ciência política com foco em liberdades individuais e econômicas, mas que dele decorrem vários grupos, organizações e até institutos. Participo desde outubro do ano passado e, hoje, sou Coordenador Sênior do SFLB.
Tomei contato com voluntariado pela primeira vez com 13 anos, quando me ofereci para dar aula de computação na escola pública bem precária onde eu estudava. Me envolvi com o SFLB quando descobri que o estudo de filosofia e ciência política é extremamente importante para a vida em sociedade. E, como sempre fui muito curioso, quis me aprofundar nisso e vi no SFLB um lugar para crescer bastante nesse sentido, aprendendo cada vez mais sobre a área.